Esse texto foi publicado pela primeira vez no dia 26/01/2016 no Medium
O Google Analytics (GA) é a ferramenta para análise de dados padrão. Muito difícil encontrar algum site que não tenha o script do GA.
Para ilustrar o tamanho da fatia de mercado que o GA ocupa, olhem esse gráfico do Datanyze mostrando o market share em todo o universo de sites que eles analisam:
Google Analytics: 13,656,770 Google Universal Analytics: 6,801,965
O GA (considerando o Google Analytics e o Google Universal Analytics uma coisa só) está presente em 75% dos sites que o Datanyze faz o tracking para saber que tecnologias usam.
Mesmo quem usa outras ferramentas acaba tendo em seu site o Google Analytics.
É muito fácil coletar dados com o GA, basta colocar o script deles no site e ponto final.
Simples, não? Na verdade não é bem assim.
Uma coisa é coletar os dados e outra é organizar o Analytics para poder analisar as informações da melhor maneira possível e saber qual história que aqueles dados estão contando.
Desde que conheci o GA passei a usá-lo nos meus blogs (e eu já tive vários, dos mais diversos temas), mas nunca o usei profundamente.
Acredito que muitos também estejam nessa mesma situação.
Comecei a prestar mais atenção na ferramenta quando o Marketing Digital passou a fazer parte da minha acadêmica e profissional em 2011.
Mesmo assim foi só quando passei a trabalhar no Route e a cultura de Startup de ser orientada a dados, que comecei a aprender e entender melhor o que significa o GA.
Sim, faz pouco tempo e cada dia aprendo algo novo. Muito do que eu sei aprendi no dia-a-dia do trabalho conversando com quem tem mais experiência e lendo artigos que encontro pela internet.
Nesse post irei compartilhar alguns que me ajudaram a dar um passo à frente no aprendizado sobre a ferramenta.
Espero que seja útil para vocês como foi pra mim.
Vamos começar então!
O guia para iniciantes da Moz
A empresa Moz dispensa comentários. Quem é envolvido em marketing digital e já viu algo sobre SEO sabe quem eles são.
O artigo The Absolute Beginner’s Guide to Google Analytics é um bom lugar para começar a implementar o GA.
Talvez os primeiros passos que ele apresenta desde a criação da conta até a colocação do script de tracking você já tenha feito.
Mas dessa introdução que eles fazem o que me chamou a atenção foi a de indicar a criação de metas — goals — e de monitor as buscas no site — site search — caso você tenha um campo de busca.
A parte de fazer um setup de metas já no início é importante porque já faz com que o usuário tenha em mente que qualquer ferramenta de analytics a ser implementada deve servir não somente para enviar uma quantidade enorme de dados, mas também para medir e monitorar o que é importante ao negócio de quem a está implementando.
No meu caso, no blog, eu criei apenas 3 mestas que hoje eu acho que são as mais importantes na fase que ele se encontra: leitura de posts e cadastro nas newsletters (tanto no formulário da barra lateral quanto na de dentro dos posts).
Com essas metas criadas eu não vou ficar apenas recebendo informações mais genéricas sobre o comportamento dos leitores do blog, mas também se eles estão chegando onde eu quero que cheguem ao acessá-lo.
Confesso que nos meus outros blogs e empresa, não havia criado metas. Hoje vejo que perdi uma grande oportunidade.
A outra dica que eles dão para os primeiros passos é habilitar o Google Analytics a fazer o tracking das buscas internas no seu site.
Essa é mais uma maneira de entender melhor o comportamento dos visitantes pois nada melhor do que monitorar buscas para saber sobre as intenções das pessoas (não fazemos isso o tempo todo analisando palavras-chave no Google?).
O post ainda continua dando uma introdução aos relatórios e a como ler os dados apresentados na ferramenta. Mesmo que você já tenha — ou acha que tem — um conhecimento maior sobre o Google Analytics, vale a pena dar uma olhada.
A última dica sobre esse artigo é: olhem os comentários! Alguns leitores dão mais exemplos do que se fazer ao começar implementar o GA.
O curso da Udemy de Google Analytics para tomada de decisões
Semanas atrás eu resolvi fazer o curso da Udemy, Google Analytics Training: Using GA for Actionable Insights.
É um curso bem rápido e serve de complemento ao artigo do Moz que eu citei acima. A proposta é bem básica: explicar rapidamente o que é o GA e como buscar nele informações que podem gerar insights.
O que eu achei legal é que tenta mostrar um caminho para pelos menos saber onde ir buscar informações menos genéricas.
As vezes ficamos perdidos entre tantas opções de relatórios que não sabemos por onde começar.
O instrutor foca nas análises de audiência e fontes de tráfego. Talvez sejam mesmo as primeiras coisas que precisamos entender ao buscar os dados no GA.
Veja o curso, tenha em mente o que eu citei antes sobre sempre monitorar o que é realmente importante e pegue ideias de onde começar.
Depois é só pensar no seu negócio, o que vocês precisa saber e explorar o Google Analytics para tentar encontrar a resposta.
6 dicas da Resultados Digitais
O artigo 6 dicas para extrair mais do Google Analytics da Resultados Digitais tem como finalidade ajudar um usuário mais iniciante no Google Analytics a utilizar melhor a ferramenta sem correr o risco de se perder na infinidade de informações que ela pode entregar.
Nesse post deles também recomendam a criação das metas desde o início da implementação.
Uma simples configuração que parece muitas vezes ser ignorada.
Duas coisas me chamaram a atenção no artigo da Resultados Digitais: a recomendação de criar dashboards e falar que também é possível criar teste A/B no GA (o que eu não sabia).
Criar dashboards ajuda muito na hora de criar relatórios e acessar os dados que vocês acham mais importantes de maneira rápida.
Lembro que quando trabalhei em uma agência, era uma beleza pois era muito rápido para ver dados dos nossos clientes e utilizá-los nos relatórios e nas nossas estratégias.
Com relação a criar teste A/B certamente utilizar serviços como o Optimizely é mais fácil.
Eles oferecem um plano free, ou seja, pode ser usado em conjunto com o Analytics sendo mais uma ferramenta de marekting.
De qualquer forma é legal ver o que a Resultado Digitais fala sobre a implementação do teste A/B pelo GA. Nem que seja pra apenas testar a feature (algo que pretendo fazer).
Acho que vocês perceberam que nesses artigos iniciais, o tema metas é recorrente.
Isso faz sentido para nunca esquecermos que o importante é buscar dados sobre o que é importante para o negócio! Isso é feito no GA através das metas.
Nesse artigo da Loginradius — Google Analytics Goals, A Step-by-Step Guide — fica bem simples de entender como criá-las.
Acho que os dois primeiros parágrafos do post ilustram bem porque qualquer artigo mais básico do Google Analytics alerta sobre a importância de se criar as metas:
So, your Google Analytics is all set up to track how many page views and visits your website is receiving. You know where they came from, how much each traffic source is driving to your website, what part of your site they’re visiting, and how long they are staying on your site.
That’s great, your website has people going to it. But, what does that mean to your business?
If your website is an online asset that is created to drive revenue for your business, you need to make sure that these website visitors are actually providing value.
Eles dão alguns exemplos básicos de tipos de metas que podem ser capturadas: pessoas que se registram para algo que você está promovendo, leads capturados, novos usuários de teste, downloads feitos e assinantes de newsletters.
Caso você tenha ficado ainda confuso sobre a criação de metas, esse post certamente irá te dar um norte para começar.
Dados do Facebook Ads vs Dados do Google Analytics: a Littledata explica onde mora a diferença
Esse é o primeiro dos textos que não é exatamente para iniciantes.
Provavelmente quem já está explorando o Facebook Ads e querendo ver esses dados no GA já é um pouco mais avançado no assunto, mas mesmo assim sempre surge uma dúvida: por que as informações dos dados do Facebook Ads não batem com as que eu vejo no Google Analytics?
O artigo Littledata — 6 reasons Facebook ads don’t match the data you see in Google Analytics - divide em 2 grupos as diferenças que mais trazem confusão para quem analisa os dados:
- Clicks no Site X Sessões no Facebook
- Receitas no Facebook X Receitas Ecommerce no GA
No primeiro item os casos que o artigo trás envolvem o fato do acesso se dar no fluxo in-app (app do Facebook > click no link > in-app browser), o que pode levar ao GA não identificar como vindo do Facebook.
Para se prevenir disso bastaria usar UTMs nas URLs fazendo com que o GA considerasse essas informações por padrão.
Ainda no primeiro item, pode acontecer diferenças quando o usuário sai da página antes da tag do Google Analytics disparar (de acordo com o Facebook ficaria entre 10% e 80% de clicks no mobile e menos de 5% no desktop esse caso). Também pode ser problema de bug no JavaScript que impede o GA de receber dados em alguns casos.
Sobre o segundo item as diferenças podem ocorrer devido a maneira que o Facebook e Google Analytics definem os modelos de atribuição (o que levou o usuário a fazer a compra) e o fato de que o Facebook faz melhor o tracking de usuários que usam devices diferentes, como cada um marca a data da compra (o Facebook mede pelo dia clicado no anúncio e o GA pela data da compra em si).
Por fim as diferenças entre os dados das diferentes plataformas podem ser ocasionados porque o GA, no seu plano free, pega uma amostra e utiliza ela para mostrar os dados. Quanto menor o universo e o tamanho da amostra, menos confiável ela pode ser.
Para maiores explicações sobre os itens, sugiro ler o post da LittleData.
Agora é com vocês
Espero que esses artigos ajudem vocês a repensar como está organizado o Google Analytics. Quem usa diariamente já deve saber tudo isso (ou deveria ao menos), mas mesmo assim é legal repensar e por à prova nosso conhecimento.
Até faço um pedido aos que lerem esse post: deixem nos comentários conteúdos relacionados ao Google Analytics que vocês acham interessantes.
Certamente vai ser de bastante valor pra mim e pros novos leitores que chegarem.